sexta-feira, 11 de maio de 2012

“Sub tuum praesidium confugimos, sancta Dei Genitrix!”




Maria é exemplo de silêncio e humildade para todos nós. Ela "Guardava e meditava tudo em seu coração" (Lc 2, 51). Ela, sempre com Jesus, acompanhou tudo de perto, em silêncio. Quando Jesus a vê aos pés da cruz, Ele doa sua mãe à humanidade, entrega Maria como Mãe dos viventes. "Mulher, eis aí teu filho. Filho: "Eis aí tua mãe". "E desta hora em diante o discípulo a levou para a sua casa" (Jo 19, 26-27). Devemos, como João, levar Maria para casa, para cuidar de nós e levar-nos em direção ao Seu Filho.

Maria é a mulher do Gênesis ao Apocalipse! "Uma Mulher revestida de sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro" (Ap 12, 1). Quem usa coroa, senão uma rainha? Maria é Rainha do Céu e da Terra!

Satanás tem ódio de Maria, de sua obediência, de sua humildade! "E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra contra os seus descendentes, os que guardam os mandamentos de Deus, e mantêm o testemunho de Jesus" (Ap 12,17).
-------------------

1º "Deus reuniu todas as águas e chamou-as mar, reuniu todas as suas graças e chamou-as Maria"

2º '' Todos os verdadeiros filhos de DEUS e predestinados têm a DEUS por PAI e MARIA por MÃE; e quem a não tem por mãe, não tem DEUS por PAI. Eis porque os réprobos como os heréticos, os cismáticos etc., que odeiam ou olham com desprezo ou com indiferença a Santíssima, não tem Deus por PAI, ainda que disto se gloriem, porque não tem MARIA por MÃE. Pois se a tivessem por MÃE, hora-la-iam e ama-la-iam como um VERDADEIRO E BOM FILHO ama e hora naturalmente sua MÃE, que lhe deu a VIDA. '' ( LIVRO - Tratado da Verdadeira Devoção á Santíssima Virgem Maria - Pag: 25 '' SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT '' )

3º '' Não Julgue receber missericórdia de DEUS aquele que ofende sua Santa Mãe ''

4º '' Ser Vosso devoto ó MARIA SANTISSIMA, é uma arma de salvação que Deus dá aqueles que quer salvar '' São João Damasceno.



A Comunhão de joelhos, é a adoração a Deus.

 

A Comunhão de joelhos,
é a adoração a Deus.
 
D. Albert Malcolm Ranjith, Secretário da Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos
 

O Prefácio de D. Malcolm Ranjith, Secretário da Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos à obra “Dominus Est - Riflessioni di un Vescovo dell'Asia Centrale sulla sacra Comunione”, escrito por D. Athanasius Schneider, Bispo auxiliar de Karaganda (Cazaquistão)
 
No livro do Apocalipse, São João narra que tendo visto e ouvido o que lhe havia sido revelado, se prostrava em adoração aos pés do Anjo de Deus (cf. Ap. 22, 8). Prostrar-se ou ajoelhar-se ante a majestade da presença de Deus, em humilde adoração, era um hábito de reverência que Israel manifestava sempre ante a presença do Senhor.

Diz o primeiro livro dos Reis: “Quando Salomão acabou de dirigir a Javé toda essa oração e súplica, levantou-se diante do altar de Javé, no lugar em que estava ajoelhado e de mãos erguidas para o céu. Ficou em pé e abençoou toda a assembléia de Israel” (1 Reis 8, 54-55). A postura da súplica do Rei é clara: ele estava genuflectido perante o altar.
 
A mesma tradição se encontra também no Novo Testamento onde vemos Pedro ajoelhar-se diante de Jesus (cfr Lc 5, 8); Jairo para Lhe pedir que cure a sua filha (Lc 8, 41); o Samaritano quando volta para agradecer-Lhe e a Maria, irmã de Lázaro, para Lhe pedir a vida em favor de seu irmão (Jo 11, 32). A mesma atitude de se prostrar, devido ao assombro causado pela presença e revelação divinas, nota-se não raramente no livro do Apocalipse (Ap 5, 8, 14 e 19, 4).
 
Estava intimamente relacionada com esta tradição a convicção de que o Templo Santo de Jerusalém era a casa de Deus e portanto era necessário dispor-se nele em atitudes corporais que expressassem um profundo sentimento de humildade e de reverência na presença do Senhor.
 
Também na Igreja, a convicção profunda de que sob as espécies eucarísticas o Senhor está verdadeira e realmente presente, e o crescente costume de conservar a santa comunhão nos tabernáculos, contribuiu para a prática de ajoelhar-se em atitude de humilde adoração do Senhor na Eucaristia.
 
Com efeito, a respeito da presença real de Cristo sob as espécies Eucarísticas, o Concilio de Trento proclamou: “in almo sanctae Eucharistiae sacramento post panis et vini consecrationem Dominum nostrum Iesum Christum verum Deum atque hominem vere, realiter ac substantialiter sub specie illarum rerum sensibilium contineri” (DS 1651).
 
Além disso, São Tomás de Aquino já tinha definido a Eucaristia latens Deitas (S. Tomás de Aquino, Hinos). A fé na presença real de Cristo sob as espécies eucarísticas já pertencia então à essência da fé da Igreja Católica e era parte intrínseca da identidade católica. Era evidente que não se podia edificar a Igreja se esta fé fosse minimamente desprezada.
 
Portanto, a Eucaristia Pão transubstanciado em Corpo de Cristo e vinho em Sangue de Cristo, Deus em meio a nósdevia ser acolhida com admiração, máxima reverência e atitude de humilde adoração.
O Papa Bento XVI recordando as palavras de Santo Agostinho “nemo autem illam carnem manducat, nisi prius adoraverit; peccemus non adorando” (Enarrationes in Psalmos 89, 9; CCLXXXIX, 1385) ressalta que “receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d’Aquele que comungamos (...) somente na adoração pode amadurecer um acolhimento profundo e verdadeiro” (Sacramentum Caritatis, 66).
 
Seguindo esta tradição, é claro que adotar gestos e atitudes do corpo e do espírito que facilitam o silêncio, o recolhimento, a humilde aceitação de nossa pobreza diante da infinita grandeza e santidade d’Aquele que nos vem ao encontro sob as espécies eucarísticas, torna-se coerente e indispensável. O melhor modo para exprimir o nosso sentimento de reverência para com o Senhor Eucarístico seria seguir o exemplo de Pedro que, como nos narra o Evangelho, se lançou de joelhos diante do Senhor e disse “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!” (Lc 5, 8).
 
Ora, nota-se que nalgumas igrejas, tal prática se torna cada vez mais rara e os responsáveis não só impõem aos fiéis receber a Sagrada Eucaristia de pé, mas inclusive tiraram os genuflexórios obrigando os fiéis a permanecerem sentados ou em pé, até durante a elevação das espécies eucarísticas apresentadas para a Adoração.
 
É estranho que tais procedimentos tenham sido adotados em dioceses, pelos responsáveis da liturgia, e nas igrejas pelos párocos, sem a mais mínima consulta aos fiéis, se bem que hoje se fale mais do que nunca, em certos ambientes, de democracia na Igreja.
 
Ao mesmo tempo, falando da Comunhão na mão é necessário reconhecer que se trata de uma prática introduzida abusivamente e à pressa nalguns ambientes da Igreja imediatamente depois do Concilio, alterando a secular prática anterior e transformando-se em seguida como prática regular para toda a Igreja. Justificava-se tal mudança dizendo que refletia melhor o Evangelho ou a prática antiga da Igreja.
 
É verdade que se se recebe na língua, se pode receber também na mão, sendo ambos órgãos do corpo de igual dignidade. Alguns, para justificar tal prática, referem-se às palavras de Jesus: “Tomai e comei” (Mc 14, 22; Mt 26, 26). Quaisquer que sejam as razões para sustentar esta prática, não podemos ignorar o que acontece a nível mundial em todas partes onde é adotada.
 
Este gesto contribui para um gradual e crescente enfraquecimento da atitude de reverência para com as sagradas espécies eucarísticas. O costume anterior, pelo contrário, preservava melhor este senso de reverência. Àquela prática seguiu-se uma alarmante falta de recolhimento e um espírito de distração geral.

Atualmente vêem-se pessoas que comungam e freqüentemente voltam aos seus lugares como se nada de extraordinário se tivesse dado. Vêem-se mais distraídas ainda as crianças e adolescentes. Em muitos casos, não se nota este sentido de seriedade e silêncio interior que devem indicar a presença de Deus na alma.
 
O Papa fala da necessidade de não só entender o verdadeiro e profundo significado da Eucaristia, como também de celebrá-la com dignidade e reverência. Diz que é necessário estar conscientes “dos gestos e posições, como, por exemplo, ajoelhar-se durante os momentos salientes da Oração Eucarística” (Sacramentum Caritatis, 65).
 
Além disso, tratando da recepção da Sagrada Comunhão, convida todos para “que façam o possível para que o gesto, na sua simplicidade, corresponda ao seu valor de encontro pessoal com o Senhor Jesus no Sacramento” (Sacramentum Caritatis, 50).
 
Nesta perspectiva é de apreciar o opúsculo escrito por S. Excia. D. Athanasius Schneider, Bispo auxiliar de Karaganda, no Cazaquistão, sob o muito significativo título “Dominus Est” (é o Senhor). Ele deseja dar uma contribuição à atual discussão sobre a Eucaristia, presença real e substancial de Cristo sob as espécies consagradas do Pão e do Vinho.
 
É significativo que D. Schneider inicie a sua apresentação com uma nota pessoal recordando a profunda fé eucarística da sua mãe e de outras duas senhoras; fé conservada no meio de tantos sofrimentos e sacrifícios que a pequena comunidade dos católicos daquele país padeceu nos anos da perseguição soviética.
Começando desta sua experiência, que nele suscitou uma grande fé, admiração e devoção pelo Senhor presente na Eucaristia, ele apresenta-nos um excursus histórico-teólogico que esclarece como a prática de receber a Sagrada Comunhão na boca e de joelhos foi recebida e exercitada pela Igreja durante um longo período de tempo.
 
Creio que chegou a hora de avaliar a prática acima mencionada, de reconsiderá-la e, se necessário, abandonar a atual, que de fato não foi indicada nem pela Sacrosanctum Concilium, nem pelos Padres Conciliares, mas foi aceite depois da sua introdução abusiva nalguns países.
 
Hoje mais do que nunca é necessário ajudar o fiel a renovar uma fé viva na presença real de Cristo sob as espécies eucarísticas para reforçar assim a vida da Igreja e defendê-la no meio das perigosas distorções da fé que tal situação continua a criar.
 
As razões de tal medida devem ser não tanto acadêmicas, quanto pastorais – espirituais como litúrgicas –, em suma, as que edificam melhor a fé. D. Schneider neste sentido mostra uma louvável coragem, pois soube entender o significado das palavras de São Paulo: “mas que tudo seja para edificação” (1 Cor 14, 26).
 
+ Malcolm Ranjith, Secretário da Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos

COMUNHÃO NA BOCA, DE JOELHOS E DAS MÃOS DO SACERDOTE.

 

COMUNHÃO NA BOCA, DE JOELHOS E DAS MÃOS DO SACERDOTE.

   
CATECISMO ROMANO

     "Devemos, pois, ensinar que só aos sacerdotes foi dado poder de consagrar a Sagrada Eucaristia, e de distribuí-la aos fiéis cristãos. Sempre foi praxe da Igreja que o povo fiel recebesse o Sacramento pelas mãos dos sacerdotes, e os sacerdotes comungassem por si próprios, ao celebrarem os Sagrados Mistérios. Assim o definiu o Santo Concílio de Trento; e determinou que esse costume devia ser religiosamente conservado, por causa de sua origem apostólica, e porque também Cristo Nosso Senhor nos deu o exemplo, quando consagrou Seu Corpo Santíssimo, e por Suas próprias mãos O distribuiu aos Apóstolos.
      De mais a mais, com o intuito de salvaguardar, sob todos os aspectos, a dignidade de tão augusto Sacramento, não se deu unicamente aos sacerdotes o poder de administrá-lo: como também se proibiu, por uma lei da Igreja, que, salvo grave necessidade ninguém sem Ordens Sacras ousasse tomar nas mãos ou tocar vasos sagrados, panos de linho, e outros objetos necessários à confecção da Eucaristia.
     Destas determinações podem todos, os próprios sacerdotes e os demais fiéis, inferir quão virtuosos e tementes a Deus devem ser aqueles que se dispõem a consagrar, a ministrar, ou a receber a Sagrada Eucaristia".


CATECISMO MAIOR DE SÃO PIO X

"No ato de receber a sagrada Comunhão, devemos estar de joelhos, com a cabeça medianamente levantada, com os olhos modestos e voltados para a sagrada Hóstia, com a boca suficientemente aberta e com a língua um pouco estendida sobre o lábio inferior. Senhoras e meninas devem estar com a cabeça coberta"

MISSAL ROMANO (Forma Extraordinária)

O Missal Romano determina que a partir do momento da consagração, o sacerdote deve manter juntos os dedos indicador e polegar, de tal forma que, ao elevar o cálice, ao virar as páginas do missal ou ao abrir o sacrário, aqueles dedos toquem somente a Hóstia consagrada. No final da missa, o sacerdote passa com a patena sobre o corporal e limpa-o para dentro do cálice, para que possa ser recolhida e consumida com reverência a menor Partícula que possa ter aí ficado. Após a comunhão, as mãos do sacerdote são lavadas sobre o cálice com água e vinho – consumidos reverentemente, impedindo que alguma Partícula seja profanada.

SANTO TOMÁS DE AQUINO

"Pertence ao sacerdote distribuir o Corpo de Cristo por três motivos.

Primeiro, porque é ele que consagra na pessoa de Cristo. Assim como Cristo consagrou o seu corpo na Ceia, assim também distribuiu-o aos discípulos. Por isso, assim como pertence ao sacerdote consagrar o Corpo de Cristo, assim também o de distribuí-lo.

Segundo, porque o sacerdote se constitui intermediário entre Deus e o povo. Portanto, como lhe pertence apresentar a Deus as oferendas do povo, assim também lhe pertence distribuir ao povo os dons divinamente santificados.

Terceiro, porque por respeito à Eucaristia, nada a deve tocar que não esteja consagrado. Por isso, consagram-se os corporais, os cálices, igualmente as mãos do sacerdote para tocarem este sacramento. Não é lícito, pois, a ninguém mais tocá-lo, a não ser em caso de necessidade, por exemplo se cair no chão ou em outro caso semelhante" 

(Suma Teológica, III, q.82, a.III).

"Depois da consagração, o celebrante une os dedos, isto é o polegar com o indicador, que tocaram o Corpo consagrado de Cristo, para que, se alguma partícula aderira a eles, não desprenda. Manifesta o respeito devido ao sacramento" 

(Suma Teológica, III, q.83, a.VI, ad5).

SÃO FRANCISCO DE SALES

"Começa já na véspera do dia da comunhão a te preparar com repetidas aspirações do amor divino e deita-te mais cedo que de costume, para te levantares também mais cedo. Se acordas durante a noite, santifica esses momentos por algumas palavras devotas ou por um sentimento que impregne tua alma de felicidade de receber o divino esposo; enquanto dormes, ele está velando sobre o teu coração e preparando as graças que te quer dar em abundância, se te achar devidamente preparada. Levanta-te de manhã com este fervor e alegria que uma tal esperança te deve inspirar, e depois da confissão aproxima-te com uma grande confiança e profunda humildade da mesa sagrada, para receber este alimento celeste, que te comunicará a imortalidade. Depois de pronunciares as palavras: "Senhor, eu não sou digno ...", já não deves mover a cabeça ou os lábios para rezar ou suspirar; mas, abrindo um pouco a boca e elevando a cabeça de modo que o padre possa ver o que faz, estende um pouco a língua e recebe com fé, esperança e caridade aquele que é de tudo isso ao mesmo tempo o princípio, o objeto, o motivo e o fim".

Catecismo da Igreja Catolica - VATICAN




SANTO TERÇO





Catequese do Papa Bento XVI.

Catequese do Papa Bento XVI.

A ORAÇÃO EXPRESSA
A CONFIANÇA NA PRESENÇA DIVINA

07.09.2011 - Cidade do Vaticano: Nesta quarta feira Bento XVI deixou a residência pontifícia de Castel Gandolfo para a audiência geral que teve lugar ao ar livre na Praça de S. Pedro, no Vaticano. No final da audiência, o Papa regressou de helicóptero a Castel Gandolfo.  Na catequese de hoje, o Pontífice meditou alguns salmos, Livro de Oração por excelência, retornando ao ciclo de catequeses sobre a oração, iniciado em 4 de maio passado.
Caros irmãos e irmãs,
Retomamos hoje as audiências gerais na Praça de São Pedro, e na escola da oração que estamos vivemos juntos nestas catequeses de quarta-feira, gostaria de iniciar a meditação de alguns salmos, que como eu dizia em junho deste ano, formam um livro de orações por excelência.
O primeiro Salmo sobre o qual me concentro hoje é um Salmo de lamento e de súplica, mas permeado de profunda confiança, na qual a certeza da presença de Deus fundamenta a oração que brota de uma condição de extrema dificuldade onde se encontra o orante.
Se trata do Salmo 3,  que pela tradição hebraica, é atribuído a Davi, no momento que foge da presença de Absalão: é um dos episódios mais dramáticos e sofridos na vida do rei, quando seu filho rouba o seu trono real e o obriga a deixar Jerusalém para salvar a vida.
A situação de perigo e de angústia experimentada por Davi é retratada nesta oração, o que nos ajuda a compreendê-la, apresentando-se como uma situação típica na qual um tal salmo pode ser recitado. No grito do Salmista, cada homem pode reconhecer aqueles sentimentos de dor, de amargura e juntamente com isto, a confiança em Deus que, segundo a narração bíblica, haviam acompanhado a fuga de Davi desde de sua saída da cidade.
O salmo inicia com uma invocação ao Senhor:

"Senhor, como são numerosos os meus perseguidores!
é uma turba que se dirige contra mim.
Uma multidão inteira grita ao meu respeito:
Não, não há mais salvação para ele em seu Deus!"
A descrição que o orante faz da situação é também marcada por tons fortemente dramáticos. Por três vezes se reafirma a idéia de multidão - "numerosos, muitos, tantos" - que no texto original é dita com a mesma raiz hebraica, para destacar ainda mais a grandiosidade do perigo, em modo repetitivo, quase martelante.
Esta insistência no número e na quantidade dos inimigos, serve para exprimir a percepção, da parte do Salmista, da absoluta desproporção existente entre ele e seus perseguidores, uma desproporção que justifica e fundamenta a urgência do seu pedido de ajuda: Os opressores são muitos, estão em vantagem, enquanto que o orante está sozinho e indefeso, sob o poder dos seus agressores. E mais, a primeira palavra pronunciada pelo salmista é "Senhor", o seu grito inicia com a invocação a Deus.
Uma multidão se lança contra ele, gerando um medo que aumenta e ameaça, fazendo-a parecer ainda mais grande e aterrorizante, mas o orante não se deixa vencer por esta visão de morte, mantém forte o relacionamento com o Deus da vida e a Ele por primeiro se volta, procura de ajuda. Mas, o inimigos tentam também quebrar esta ligação com Deus e enfraquecer a fé da vítima deles. Esses insinuam que o Senhor não pode intervir, afirmam que nem mesmo Deus pode savá-lo.
A agressão, portanto, não é somente física, mas toca a dimensão espiritual: "o Senhor não pode salvá-lo" - dizem -, o núcleo central da alma do Salmista é agredido. È a extrema tentação a qual o fiel é submetido, é a tentação de perder a fé, a confiança na proximidade de Deus.
O justo supera a última prova, permanece firme na fé, na certeza da verdade e na plena confiança em Deus, e exatamente nisso entra a vida e a verdade. Me parece que aqui, o Salmo nos toca muito pessoalmente: em tantos problemas somos tentados a pensar que talvez também Deus não nos salva, não nos conhece, e que talvez não exista uma possibilidade de saída; a tentação contra a fé é a última agressão do inimigo, e a este devemos resistir, assim, encontraremos Deus e encontraremos a vida.
O orante do nosso Salmo é, portanto, chamado a responder com a fé, aos ataques dos ímpios: os inimigos - como eu disse - negam que Deus possa ajudá-lo, Davi, mesmo assim, O invoca, O chama por nome, "Senhor", e depois se volta a Ele com um "tu" enfático, que exprime um relacionamento firme, sólido, e traz consigo a certeza da resposta divina: "Mas sois vós Senhor o meu escudo, vós sois a minha glória, vós levantais a minha cabeça. Apenas elevei a voz ao Senhor, ele me responde da sua montanha santa".
A visão dos inimigos agora desaparece, não venceram, porque quem crê em Deus é seguro que Deus é amigo dele: "fica somente o "Tu" de Deus. Diante de muitos está um somente, mas muito maior e potente que muitos adversários. O Senhor é auxílio, defesa, salvação, como escudo protege quem confia nEle, e Ele por sua vez, eleva a cabeça do oprimido, em um gesto de triunfo e de vitória. O Homem não está mais sozinho, os inimigos não são imbatíveis como pareciam, porque o Senhor escuta o grito do oprimido e responde do lugar da sua presença, da seu monte santo. O homem grita, na angústia, no perigo, na dor, o homem pede ajuda, e Deus responde.
Este entrelaçar-se de grito humano e resposta divina é a dialética da oração e a chave de leitura de toda a história da salvação. O grito exprime a necessidade de ajuda e se apela à fidelidade do outro; gritar quer dizer colocar um gesto de fé na proximidade e na disponibilidade de Deus.
A oração exprime a certeza de uma presença divina já experimentada e acreditada, que na resposta salvífica de Deus, se manifesta em plenitude. Isto é relevante: que na nossa oração seja importante, presente, a certeza da presença de Deus. Assim, o Salmista, que se sente assediado pela morte, confessa a sua fé no Deus da vida, que, como escudo, o cerca com uma proteção invulnerável; quem pensava que estava de uma vez por todas perdido, pode elevar a cabeça, porque o Senhor o salva. O orante, ameaçado e escarniado, está na glória, porque Deus é a sua glória.
A resposta divina que acolhe a oração, dá ao salmista uma segurança total; desaparece o medo, o grito se aquieta na paz, em uma profunda tranqüilidade interior.

"Eu, que tinha deitado e adormecido, levanto-me porque o Senhor me sustenta. Nada temo diante desta multidão numerosa, que de todos os lados se dirige contra mim".
O orante mesmo em meio ao perigo e a batalha, pode adormecer tranqüilo, em uma inevocável atitude de abandono confiante. Ao redor dele, os adversarios acampam, o circundam, são muitos, se erguem contra ele, o escarnecem e tentam fazê-lo cair, mas diante disso, ele se deita e dorme tranquilo e sereno, seguro da presença de Deus.
E quando se levanta, encontra Deus ainda ao seu lado, como guardião que não dorme, que lhe sustenta, o segura pela mão, não o abandona nunca. O medo da morte é vencido pela presença daquele que não morre. E exatamente a noite, cheia dos temores de sempre, a noite dolorosa da solidão e da espera angustiada, agora se transforma: o que invoca a morte se torna presença do Eterno.
À visibilidade do assalto inimigo, maciço, imponente, se contrapõe a invisível presença de Deus, com toda a sua invencível potência. E é à Ele que de novo o Salmista, depois das suas expressões de confiança, faz a oração: "Levante-se Senhor! Salva-me, Deus meu". Os agressores se levantavam contra a vítima deles, que ao contrário deles, se levantará ao Senhor, e o fará, para vencê-los.
Deus o salvará, respondendo ao seu grito. Por isto, o salmo se conclui com a visão da libertação do perigo que mata e da tentação que pode fazer perecer. Depois, o pedido voltado ao Senhor de levantar-se para salvá-lo, o orante descreve a vitória divina: os inimigos que, com suas injustas e cruéis opressões, são símbolo de tudo aquilo que se opõe à Deus e ao seu plano de salvação, são derrotados.
Atingidos na boca, não poderão mais agredir com a destrutiva violência deles e não poderão mais insinuar o mal da dúvida na presença e na ação de Deus: o falar insensato e blasfemo deles é definitivamente desmascarado e reduzido ao silêncio da intervenção salvífica do Senhor. Assim, o Salmista pode concluir a sua oração com uma frase das conotações litúrgicas que celebra, na gratidão e no louvor, o Deus da vida: "A salvação vem do Senhor, sobre o seu povo a sua benção".
Caros irmãos e irmãs, o Salmo 3 nos apresentou uma súplica plena de confiança e de consolação. Rezando este salmo, podemos fazer nossos, os sentimentos do Salmista, figura do justo perseguido que encontra em Jesus a sua plenitude. Na dor, no perigo, na amargura e na incompreenssão e nas ofensas, as palavras do Salmo abrem o nosso coração à certeza confortante da fé.
Deus é sempre próximo - também nas dificuldades, nos problemas, nas obscuridades da vida - escuta, responde e salva ao seu modo. Mas necessita saber reconhecer a sua presença e aceitar as suas vias, como Davi na sua fuga humilhante do filho de Absalão, como o justo perseguido do livro da Sabedoria e, por ultimo e completamente, como o Senhor Jesus no lugar chamado Gólgota.
Que o Senhor nos dê a fé, nos ajude na nossa fraqueza e nos torne capazes de crer e de rezar em meio a todas as angústias, nas noites dolorosas da dúvida e nos longos dias de dor, abandonando-nos com confiança nEle que é nosso escudo e nossa Glória. Obrigado.
Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha saudação amiga para todos, em particular para os fiéis de várias paróquias das cidades de Santo Amaro, São João del Rei e São Paulo, desejando que este Salmo três vos sirva de portal na vossa peregrinação a Roma: da infinidade de coisas – tantas vezes duras – da vida, aprendei a elevar o coração até ao Pai do Céu, repousando no seio da sua infinita bondade, e vereis que as dores e aflições da vida vos farão menos mal. Sobre todos, e extensiva aos familiares e comunidades eclesiais, desça a minha Bênção Apostólica.

Fonte: Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Pedido ao Santo Rosário.

 

A Virgem Santíssima em Fátima e o pedido ao Santo Rosário.

Quando Lúcia perguntou à Santíssima Virgem, na aparição de 13 de outubro de 1917, em Fátima, o que desejava, Ela respondeu:
“Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra; que sou a Senhora do Rosário; que continuem sempre a rezar o Terço todos os dias”.
           
“Rezar o Terço todos os dias” — Que conselho mais excelente que este? Que criatura mais elevada que a Virgem Santíssima poderia transmiti-lo? Sendo que a própria Mãe de Deus – e também nossa Mãe – nos faz esse pedido, como poderemos recusá-lo? Impossível seria! Atendendo-A, seremos atendidos e alcançaremos todas as graças que suplicarmos com fé e confiança.
Em várias outras aparições Nossa Senhora recomendou a devoção ao Rosário, mas especialmente em Fátima Ela insistiu nessa prática marial como meio para se obter a conversão do mundo.
Apresentando-se como a Senhora do Rosário, Ela veio alertar o mundo para os terríveis castigos que ocorreriam caso não se desse uma conversão geral; caso os homens não deixassem de ofender a Deus com seus pecados e não houvesse uma reparação por esses pecados.
Isto se passou no início do século XX. Neste início do século XXI, quem se atreveria a dizer que tais pedidos foram atendidos? Claro que ninguém! Basta olhar um pouco em torno de nós, para ver justamente o contrário: a decadência moral acentua-se dia a dia; os Mandamentos de Deus são abandonados; os pecados aumentam; as ofensas a Nosso Senhor tornam-se ainda mais agressivas. Basta abrir os jornais, para constatar a alarmante dissolução da família, as modas imorais, o nudismo, o aborto, a prostituição, as drogas, o homossexualismo etc.
Em vista disso, a Senhora de Fátima pede-nos “oração, penitência e reparação”. Insiste na recitação diária do Rosário, para a conversão das almas pecadoras e do mundo.

O Demônio é o Grande Inimigo do Homem.



O Demônio é o grande inimigo do homem.

"É o inimigo número um", dizia Papa Paulo VI. Satanás parece nos inícios do gênero humano, apresenta-se desde o início um homicida, mentiroso e pai da mentira"Consegue fazer cair os nossos antepassados Adão e Eva e se torna o príncipe deste mundo (2 Cor 4,4), acusador dos nossos irmãos (Ap 12,10). Com o pecado original, todo o mundo jaz sob o malígno (I Jo 5,19) e os demônios são dominadores deste mundo tenebroso (Ef 6,12). Como aparecem tenebrosos os primeiros acontecimentos à Humanidade Nova por causa deste infernal assassino que possui o império das trevas (Lc 22,53). Pe. Pio escreveu em um carta ao seu Diretor espiritual contando que ele viu a figura monstruosa de Satanás em seus sonhos. Era um ser horrível e gigante, alto como uma negra montanha. S. Pedro nô-lo apresenta como a imagem de um leão que ruge sempre pornto a devorar-nos (I Pd 5, 8-9). Como o tortura a inveja, porque nós podemos nos salvar. Ele nos quer todos no Inferno.

A aurora que surge

Uma cena estupenda nos aparece no início da humanidade dominada por Satanás e oprimida pelo pecado. Uma mulher sublime, com o seu Filho,"amassa a cabeça da serpente" (Gn 3,15). A Imaculada, vencedora de Satanás, brilhante nas trevas do pecado, com o seu Divino Filho, é a desafeta de Santanás. Em Gênesis, Deus apresenta a Imaculada semelhante a aurora que se eleva maravilhosa sobre a noite da humanidade pecadora. Em Cântico dos cânticos, o autor inspirado exclama: "Quem é aquela que avança como aurora, bela como a lua, eleita como o sol, tremenda como exército formado?" (6,9). É a Imaculada, Guerreira invencível, Senhora das vitórias, Terror dos demônios. Santa Bernadette nos narra em Lourdes que viu ao lado da gruta uma turma de demônios que berravam gritos infernais. Assustada, a santa olhou a Imaculada; bastou um olhar severo de Maria para eles e fugiram. Assim o demônio, em frente à Imaculada, demonstra o que significa seu nome (Belzebu): Deus das moscas.

Tentadores em luvas amarelas

A tática do diabo é alegrar os sentidos e a imaginação do homem para perder o seu espírito. Se apresenta como um conselheiro e um servidor em luvas amarelas, com ofertas de bens e prazeres sedutores a ganhar. Fez isso com Eva (Gn 3, 1-7) com Jesus (Mt 4, 1-11) e com os santos de todos os tempos: S. Bento, S. Francisco de Assis, S. Teresa D'Ávila, S. Cura d'Ars, S. João Dom Bosco, S. Pe Pio... Hábil e na defensiva, o demônio sabe servir-se de tudo para nos arruinar: a imodéstia de Davi (2 Sm 11, 2-26), a gula de Esaú ( Gn 25, 29-34) o apego às riquezas de Ananias e Safira (At 5, 1-10). Ele tenta até propor coisas aparentemente úteis para as almas. Sabe-se que Cura d'Ars pregava de maneira simples, fecunda de graças para as almas. Cheio de premuras, o diabo foi a ele exortando-o a pregar de modo difícil, assegurando-lhe a fama de grande pregador. O santo adviu o engano, recusou-se e continuou com seus sermões simples e eficazes. Pagou com muitos despeitos furiosos que o demônio lhe fez dia e noite.

Quatro estúpidos

Satanás tem uma obra-prima: convencer os homens que ele não existe. Conquistando isso, trata os homens como bonecos. Pe. Pio escutou um sermão onde o orador nada fazia mais que perguntar-se sobre a existência do diabo. No final o orador concluiu que ele existe. Passado o sermão, Pe. Pio advertiou-o dizendo-lhe que ao se falar do demônio, deve ser preciso em afirmar sua existência e sua ação nefasta no mundo. Ao final, acrescenta-se a exitência dos "Quatro estúpidos" que ousam negar a existência do diabo. Hoje são mais que quatro, e há até na Igreja, infelizmente. Tanto é verdade que Paulo VI teve que intervir expressamente em um discurso (15/11/1972) para confirmar a verdade da fé sobre a existência de Santanás como pessoa e constatou amargamente como a "fumaça do diabo" está fumegando na Igreja. A uma de suas filhas espirituais, Pe Pio disse:"Se se pudesse ver a olhos nus quantos demônios invadiram a Terra, não mais veríamos o Sol".Contra estes apóstatas, qual não deve ser nossa defesa?

Vigiai e rezai

Jesus nos previniu contra as insídias do diabo. Ele nos ensinou no Pai-nosso :"Não nos deixeis cair em tentação" (Mc 14,38). A guarda e a oração são as duas maiores forças do homem contra o demônio. Façamos nossa a recomendação de Pe. Pio: "Filho, o inimigo não dorme! Esteja alerta com a guarda e a oração. Com a 1ª avistaremos; com a 2ª teremos arma para nos defender". A guarda nos faz avistar as ocasiões perigosas ( uma leitura, um espetáculo, uma pessoa, um lugar, uma vontade...). A oração nos dá força de evitar os perigos, de fugir às ocasiões como recomendava S. Felipe Néri. S. Agostinho ensina que o demônio é só um cão amarrado, e só pode morder quem dele se aproxima. Ao largo, então! Se o demônio se faz insolente, escutemos a palavra de S. João Bosco que dizia aos seus jovens: "Quebrai os cornos do demônio com a Confissão e a Comunhão".

Amassa-lhe a cabeça

S. Maximiliano escreveu que "a serpente levanta a cabeça em todo o mundo, mas a Imaculada lhe pisa em vitórias grandiosas". Para abater o demônio de modo mais humilhante, precisamos recorrer à Imaculada. O demônio tem pavor d'Ela que sozinha é terrível como um exército formado (Ct 6,9). Quando S. Verônica Giuliani era atacada fisicamente pelo demônio, ao conseguir invocar Nsa Sra, o demônio fugia precipitadamente, gritando: "Não invoque minha inimiga!" A oração Mariana mais forte contra o demônio é o Rosário. Uma vez lhe perguntaram durante um exorcismo, qual oraçãoele mais temia. Respondeu: "O Rosário é o meu flagelo". Se os cristãos levassem consigo e usassem amiúde este flagelo dos demônio, quantas ruínas, desventuras e pecados a menos sobre a Terra...

Votos

* Levar consigo o Rosário e recitá-lo na tentação;

* Oferecer hoje uma mortificação contra a gula;

* Ler e meditar a página do Evangelho sobre as tentações de Jesus no deserto. (Mt 4,1-11)

*Meditações do livro "Um mês com Maria", do padre Stefano Maria Manelli.
 
Christo Nihil Praeponere